Divino céu

 Tem algo de divino no céu.

Nesse azul que carrega nuvens e pássaros, aviões e sonhos.

Nesse inebriante tapete de algodão-doce, onde lanço meus pensamentos…

tão distantes daqui.


A névoa que surge, de repente, passa por mim e me leva com ela. 

Sinto-me entorpecida de saudade.


Esse misterioso azul celeste que chega com o alvorecer, também me presenteia com o astro-rei, o Sol… que toca a minha pele em amarelo, luz e calor.

Enquanto eu observo as nuvens abraçarem as montanhas e dançarem por entre a verdejante mata, algo em mim nasce.


Pode ser que seja a esperança, ou uma nova “eu”, que ainda não tive o prazer de conhecer.

Pode ser um lampejo de fé ou uma misteriosa sensação de que será agora, a hora, o momento.


Nem o frio, que corta minhas vestes e congela meus pés descalços, rouba minha atenção. 

Permaneço estática, a uma distância quase ínfima de tocar o infinito.


E sigo na busca de quem eu sou ou de quem eu fui, e que perdi pelo caminho…

…Uma fonte de luz que vagueia pela escuridão, pelos meus vazios, que ora surge em uma incontrolável sede de ser.

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