A Camélia que caiu
Era 2020, Braga, aos pés de uma árvore, encontrei sombra e silêncio. Enquanto o mundo ao meu redor começava a mudar, fui convidado a desacelerar e observar.
Fiquei a olhar para a flor, em toda sua simplicidade e beleza. Cada pétala me lembrava que, assim como ela, precisamos aprender a desabrochar no nosso tempo, sem pressa, sem cobranças.
A vida, assim como a natureza, é feita de contrastes. Enquanto uma flor floresce, outra murcha e morre. Não podemos temer a decadência ou o fim, pois elas também são parte do processo de crescimento. Cada ciclo tem seu propósito.
As camélias caídas no chão nos ensinam que até o fim tem sua beleza. A secura das pétalas lembra que todo fim prepara o terreno para um novo começo. Em cada estação, há uma lição. Em cada queda, há uma chance de renascimento. E assim é conosco. À medida que envelhecemos, nossas experiências, nossas cicatrizes, tornam-se parte da nossa alma. Existe uma beleza única em quem somos, que só o tempo pode revelar.
Às vezes, é preciso parar e observar. A natureza tem muito a nos ensinar sobre o tempo, o crescimento e a beleza que surge em cada fase da vida. Como as flores, seguimos desabrochando, aprendendo a ser quem somos, com calma e sabedoria. Que possamos entender que até as quedas nos prepararam para o nosso florescer.
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