A História por Trás da Cena em Madrid

 



   


Aeroporto de Madrid. Entre uma conexão e outra, entre malas e passos apressados, entrei em uma loja para passar o tempo. Foi lá que vi o instante que justificou minha passagem por ali.

Um garotinho e sua mochilinha azul, de olhos bem atentos, diante de um vestido cheio de lantejoulas. Seus dedos pequenos roçavam o tecido com delicadeza, olhar fascinado acompanhando os reflexos da luz. Pus-me a observá-lo. Ele não pedia, não hesitava, não explicava. Apenas olhava, absorvendo o encanto como se o brilho contasse um segredo que só ele entendia.



 Recordei-me do meu filho Lucas que, desde pequeno, passava horas a desenhar vestidos, sonhando ser estilista quando crescesse.


O mundo ensina que há coisas certas e erradas para gostar, tocar, vestir, admirar. Quer ditar como sermos, nos comportarmos, sentirmos. Mas, ali, naquele instante de pura contemplação, não havia regras.Só havia beleza, simplicidade, ingenuidade.


Por que crescemos e perdemos essa capacidade? Quando foi que deixamos de nos permitir encantar?



 E talvez seja esse o segredo: a vida não precisa ser explicada o tempo todo. Às vezes, basta parar e deixar os olhos brilharem, em uma contemplação pelo que é belo aos nossos olhos.


Jan 25

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