quarta-feira, 21 de fevereiro de 2024

O entardecer da idade

 

Quando minhas mãos envelhecerem, verei nelas a aparência de anos vividos. 

Ao admirar os sinais de flacidez, as veias aparentes e suas manchas escuras,  lembrar-me-ei dos dias iluminados de sol, das tardes na piscina, do corpo dourado banhado pelo mar… 


Virão, em forma de sorriso em meus lábios, as lembranças de quantas mãos a acariciaram... 

... de quantas vezes elas receberam o conforto e o amparo de uma mão amiga...

...de quantas vezes elas se entrelaçaram à outras, num romântico e delicioso caminhar...


As olharei com saudosismo, na recordação fiel das vezes que elas repousaram no corpo amado e suas extensões o abraçaram como um gesto, maior que apenas um carinho. 


Quantas e quantas  palavras escreveram...rabiscos  fizeram...


Quando nada mais eu enxergar além de rugas e marcas, dessa tão temida velhice, que eu as coloque em meu colo, num simples sinal de gratidão. 


𝔼𝕝𝕔𝕖𝕝𝕚 𝔹𝕖𝕝𝕝𝕠

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