Quando minhas mãos envelhecerem, verei nelas a aparência de anos vividos.
Ao admirar os sinais de flacidez, as veias aparentes e suas manchas escuras, lembrar-me-ei dos dias iluminados de sol, das tardes na piscina, do corpo dourado banhado pelo mar…
Virão, em forma de sorriso em meus lábios, as lembranças de quantas mãos a acariciaram...
... de quantas vezes elas receberam o conforto e o amparo de uma mão amiga...
...de quantas vezes elas se entrelaçaram à outras, num romântico e delicioso caminhar...
As olharei com saudosismo, na recordação fiel das vezes que elas repousaram no corpo amado e suas extensões o abraçaram como um gesto, maior que apenas um carinho.
Quantas e quantas palavras escreveram...rabiscos fizeram...
Quando nada mais eu enxergar além de rugas e marcas, dessa tão temida velhice, que eu as coloque em meu colo, num simples sinal de gratidão.
𝔼𝕝𝕔𝕖𝕝𝕚 𝔹𝕖𝕝𝕝𝕠
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