Pisei firme ao levantar-me da cama
Decidida, dei os primeiros passos
Este seria um dia auspicioso…
Sentei-me à soleira da porta da cozinha e pus-me a observar a dança do vento , a melodia dos pássaros , o vai e vem das nuvens
Algo aqui dentro do peito pulsava intuitivamente
Nem olhei no celular
Não observei as horas nem quis checar a agenda
Ali não era tempo nem lugar de fazer
Ali era para estar, para ser
Segurando uma caneca com café, fechei os olhos pra sentir o aroma dos grãos, saudades de meu avô
Saudades de ser criança moleca, brincando no cafezal, pés descalços, pureza no coração
Virei levemente meu rosto para o interior da casa
Dali da porta da cozinha dava pra ver a janela do corredor e um vulto apresentou-se
Sabia que era ele, pressentia sua presença
Veio a passos miúdos, calado, cabisbaixo
Mas quando me viu, alargou o lábios num sorriso farto, quase que rasgado
Os olhos diziam: cheguei
E corri pro seu abraço
Sonhos são janelas da alma, do desejo intrínseco de fazer parte da realidade
Sendo assim, acordei
E mesmo assim, pisei firme ao levantar-me da cama
Decidida, dei os primeiros passos
Este seria um dia auspicioso…
Quase abril/22
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