O sopro do vento

 Não são apenas ruas a percorrer numa caminhada de passos pequenos e lentos. 

É uma imersão em um mundo bem distante do meu e que merece que eu o observe atentamente, cada detalhe é muito importante.

Seria injusto lançar o meu olhar para qualquer canto sem apreciar cada detalhe. 

Enquanto caminho, minha mente não silencia. 

É como se o revisitar esse tempo de outrora, deixasse a energia desse local encher a minha alma de suspiros e devaneios. 

Surge na minha imaginação as pessoas que transitavam por aqui séculos atrás. 

Como eram essas pessoas?

O que buscavam nessas ruas?

Quais sentimentos habitavam o seu coração? 

O que escondiam estes becos?

Que  máscaras usavam para não serem notadas? 

Sem perceber nenhum olhar me observando, das  inúmeras janelas, sigo com meus passos lentos, com minha observação atenta, tentando segurar o silêncio dentro de mim. 

Onde somente o sopro do vento tira minha atenção. 

Sento-me  na soleira de uma porta qualquer e fico a  esperar por  qualquer um que passe por ali para me dar um sorriso, para me dar um bom dia, para mostrar-me o quanto viva eu ainda estou. 

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